O Córrego Vicente Pires é a dor de cabeça de quase 500 moradores. Sem autorização, eles construíram as casas a menos de 30m da margem. No início da semana passada, o Siv-Água começou a derrubar imóveis localizados em área de preservação ambiental. A ação já estava definida no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em setembro do ano passado por representantes do GDF, Ibama e Ministério Público Federal. Para que a invasão possa ser regularizada, os moradores terão de desocupar as áreas protegidas.
No fim da semana passada, a associação dos moradores conseguiu uma liminar suspendendo a derrubada. O representante da associação, Glênio José da Silva, diz que os moradores querem conversar e entrar em acordo com os órgãos do governo. “Nós queremos o diálogo, que é o mais importante para todo mundo. Tem que haver diálogo entre comunidade e órgãos governamentais, porque não existe recuperação e nem preservação ambiental sem apoio da comunidade”, defende.
O superintendente do Ibama, Francisco Palhares, informou que a liminar não impede as derrubadas. De acordo com ele, a Justiça quer que o órgão avise os moradores com antecedência e informe os motivos da retirada. O Ibama está encaminhando notificações para todos os moradores irregulares. Eles têm um prazo de até 30 dias para desocupar os terrenos. Depois disso, a operação recomeça. “Essas pessoas se dizem desesperadas. Por que não ficaram desesperadas quando foram notificadas? Há uns cinco anos, os órgãos ambientais vêm informando sobre a impossibilidade de ocupação dessas áreas”, enfatiza Palhares.
Camila Guimarães / Giuliano Clay
Nenhum comentário:
Postar um comentário