Saiu no DFTV de 25/07/2006:
A ordem final para a desocupação das áreas irregulares às margens do córrego Vicente Pires partiu do Ibama. O GDF tem um mês para derrubar 430 construções que estão em Área de Preservação Permanente. Mesmo sabendo dos riscos de construir em áreas irregulares, entre os moradores a cena mais comum é de perplexidade.
“Eu estou arrasada com essa derrubada”, lamenta Ieda Melo, professora.
“Nos próximos dias, em torno de 10 a 15 ocupações em fase de construções, desabitadas, serão demolidas”, afirma Rafael Carlos Araújo, gerente do Siv-Água.
Caso o GDF não avance nas derrubadas, o Ibama ameaça suspender o licenciamento das obras que vão levar água encanada aos 45 mil moradores da região. Representantes da comunidade reclamam que o órgão não respeitou o prazo para a realização dos estudos urbanísticos e de impacto ambiental da área e vão tentar na Justiça o fim da operação.
“Vamos entrar com pedido de liminar para parar as derrubadas até que o estudo esteja pronto e a comunidade seja ouvida”, questiona Glênio José da Silva, presidente da Associação Comunitária.
O vigilante Edvaldo Bernardo de Lima mora com a família em Vicente Pires há 3 anos. Ele diz que na época da construção procurou os órgãos competentes e respeitou a distância mínima de 30 metros de córregos e nascentes e se assuntou quando foi notificado pelo Ibama essa semana.
“Eu estive ontem no Ibama, eles me alegaram que pode ter havido um erro, que é para eu pedir uma revisão. Mas nada me garante que minha casa não será derrubada no prazo de 30 dias”, diz Edvaldo Barnardo.
O Ibama pretende cassar todas as licenças ambientais concedidas, se o acordo assinado ano passado entre Ministério Público Federal, Ibama e GDF não for cumprido. Entre as obrigações está a demolição de todas as construções próximas às áreas de proteção permanente. Segundo o Ibama, pelo menos, 30 novas construções irregulares foram erguidas desde a assinatura do acordo.
Willian Corrêa / Giuliano Clay
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