Derrubadas foram suspensas
Demolições serão retomadas terça-feira. Mau tempo e eleições causaram adiamento
Anna Karolina Bezerra
A derrubada de construções irregulares nas colônias agrícolas Vicente Pires, São José e Samambaia foi suspensa ontem e será retomada na próxima terça-feira. O mau tempo e o segundo turno das eleições presidenciais prejudicaram o andamento da operação. Ontem, mesmo sem a presença dos homens e máquinas responsáveis pelas derrubadas, os moradores voltaram a protestar contra a ação do GDF.A decisão foi tomada ontem à tarde depois de reunião com representantes dos 13 principais órgãos do GDF envolvidos na força-tarefa. Pela manhã, houve confusão e desencontro de informações a respeito da paralisação dos trabalhos. Para não atrapalhar o cronograma, que prevê a conclusão das derrubadas no dia 15 de dezembro, a operação vai contar com reforço de 10 caminhões e seis pás mecânicas.Segundo o secretário de Comunicação Social, Marcus Vinícius Bucar, a partir de hoje policiais militares serão deslocados para acompanhar o transporte das urnas eletrônicas e o efetivo da força-tarefa ficará prejudicado. Além disso, a legislação eleitoral proíbe prisões cinco dias antes e dois depois do eleições, exceto nos casos de flagrante. Esse fator pode prejudicar a operação caso seja necessário deter por resistência ou desobediência algum morador.Para ontem estava prevista a demolição de 500 metros de muros e cinco casas de alvenaria em sete lotes na Chácara 14, na Colônia Agrícola Samambaia. Na terça-feira, primeiro dia da ação, dez construções irregulares tinham de ser derrubadas, mas os fiscais só conseguiram demolir quatro. Segundo o GDF, ainda faltam 82 casas.ProtestosOs moradores mantiveram a promessa de continuar os protestos contra a ação do governo. Ontem, por volta das 9h, cerca de 30 manifestantes de Vicente Pires e São José atearam fogo em pneus e bloquearam, por uma hora, a pista que dá acesso ao Pistão Norte, em Taguatinga. Apesar do transtorno, o protesto ocorreu de forma tranqüila.Segundo o presidente da Associação dos Moradores de Vicente Pires (Arvips), Dirsomar Chaves, as manifestações vão continuar toda vez que o governo derrubar alguma casa. "Queremos que eles esperem a conclusão do Estudo de Impacto Ambiental e a audiência pública previstas para o final de novembro". Segundo ele, o estudo prevê que as famílias das casas construídas em Áreas de Proteção Permanente (APP) tenham um prazo de três anos para que sejam removidas.De acordo com Rafael Morais, gerente de Operações do Sistema Integrado de Vigilância, Preservação e Conservação de Mananciais (Siv-Água), a operação está de acordo com a lei e o GDF cumpre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado no ano passado entre o Ministério Público e o governo. A derrubada é condição fundamental para o GDF reverter o embargo das licenças ambientais junto ao Ibama e retomar as obras de redes de água potável em Vicente Pires, paralisadas desde setembro.
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