Notícia do DFTV de 18/02:
Os moradores de Vicente Pires já ouviram a mesma história diversas vezes: o governo determinou que, a partir da semana que vem, começará um cadastramento das ocupações como início de um processo para regularizar a área.
"De novo? Eu já fiz esse cadastramento umas dez vezes. Tem seis anos que eu moro aqui", reclama a aposentada Maria Auxiliadora Ferreira.
“Eu acho que o governo precisa tomar uma atitude e realizar algo definitivo. Já fizeram vários cadastramentos e nada foi resolvido. Será que desta vez vai?”, indaga Sebastião Souza, corretor.
Mas o GDF avisa que este será um cadastramento mais detalhado, com fiscais e bombeiros treinados para identificar construções em áreas de risco ambiental.
A secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho, Eliana Pedrosa, justifica: “É mais do que um cadastramento de pessoas. É o cadastramento do imóvel em relação ao meio ambiente. O governo quer regularizar a região mexendo com o menor número de pessoas. Esse é o objetivo”.
O presidente da Associação de Moradores de Vicente Pires, Dirsomar Ferreira Chaves, acha que o estudo e o relatório de impacto ambiental que foram concluídos e encaminhados para análise do Ibama já contêm as informações necessárias para o GDF. Como, por exemplo, a identificação de pelo menos 400 construções, entre canis, churrasqueiras, piscinas e casas que precisam ser demolidas.
Ele diz que pelo menos 200 famílias precisam ser retiradas para que a regularização saia em definitivo. O presidente da associação também aponta que uma área em frente a Vicente Pires, localizada na pista da Estrutural, atrás do posto da Polícia Militar, está sendo negociada para a transferência das famílias. “O processo adiante é exatamente localizar a área para onde essas pessoas serão deslocadas e fazer a infra-estrutura dela. O cadastramento já está feito, não precisa fazer outro”, explica.
Enquanto a regularização parece estar longe de ser definida, o governo mantém a determinação de que ninguém pode construir na área. O aposentado Vivaldo Ferreira tinha feito um muro e um barraco há poucos dias, mas tudo acabou sendo demolido pela fiscalização.
“O governador Arruda falou que não podia levantar nada e que tinha que esperar. Eu não esperei porque estou vendo muita gente se instalar. Por isso, pensei que ele tivesse liberado um pouco. Decidi enfrentar também”, confessa Vivaldo.
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